O surto de coronavírus virou de cabeça para baixo a vida de milhares de pessoas e expôs vulnerabilidades e deficiências que, com o isolamento social, aceleram o risco de esgotamento mental. A pandemia agravou o sentimento de insegurança e maximizou as crises de ansiedade, estresse e insônia, que, quando não observadas, podem se tornar gatilhos para o abismo emocional. “Se os sintomas durarem por pelo menos seis meses, é hora de procurar ajuda profissional”, alerta a psicóloga Daila Stefania Dualattka Fernandes sobre os efeitos da epidemia.
Na análise da profissional, com experiência em avaliação psicodiagnóstico, mesmo com a luta para equacionar os ecos da pandemia, com a vacina e as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), o medo de se contaminar mudou a convivência familiar, influenciando principalmente na rotina de pais e filhos, que tiveram suas atividades presenciais interrompidas.
“Quando falamos de medo, atrelamos à mudança de cidade ou emprego, mas quando relacionamos o medo à pandemia, pensamos em pulsão de vida e pulsão de morte. Para manter o ambiente mais saudável, é preciso ausentar um pouco o noticiário e focar em outras atividades, como a leitura de um livro, refeições em família e filmes descontraídos. A família deve se fazer presente neste momento”.
Um relatório apresentado pela OMS, em 2019, mostrou que o Brasil é o país mais impactado pela ansiedade no mundo e o quinto em depressão. Dos 322 milhões de pessoas com algum tipo de transtorno mental, 18 milhões são brasileiros que sofrem com ansiedade e cerca de 12 milhões com depressão.
Diante das mudanças, ouvimos o seguinte questionamento: como as pessoas sairão desta pandemia? A crise vivenciada pelo ser humano provocou mudanças no estilo de vida, por mais difícil que seja o seu enfrentamento. Segundo Daila, não há como assegurar que as pessoas sairão mais solidárias aos problemas dos outros. O comportamento de cada um está ligado exclusivamente à sua estrutura de personalidade, que é um fator preponderante. “O que podemos afirmar é que o ser humano sairá diferente dessa crise".
AMBIENTE ESCOLAR
O processo educacional também foi comprometido devido à pandemia. Mesmo com ferramentas de ensino a distância, não há como substituir o trabalho desenvolvido pelos professores de forma presencial. E com a longa permanência do aluno em casa, é preciso montar alicerces para dar novos contornos ao desenvolvimento escolar e repensar em ações sociais. “Como não há interação com outras pessoas, o aluno foca sua atenção em jogos online. Isso nos faz pensar sobre a importância de um cronograma de atividades extracurriculares para que ele também passe o tempo”.
Com mais de dez anos de experiência no sistema educacional do município, Daila, que é responsável pela implantação de projetos de combate ao “bullying” e de incentivo às habilidades socioemocionais atuantes até hoje na Cidade, acredita que o processo de alfabetização na primeira infância será o mais afetado.
“O momento melhor de trabalhar as crianças é enquanto elas são pequenas devido à plasticidade neuronal, que é a capacidade de fazer novas conexões, por meio de um vasto leque de experiências que lhe são proporcionadas, a escola é um centro produtor dessas experiências”, ressalta. Ela acrescenta que: “Os prejuízos cognitivos nós conseguiremos abarcar, porém, os prejuízos emocionais vão durar por muito tempo”.
Publicado em: 14 de maio de 2021
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Categoria: Notícias da Câmara
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